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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

o filho mais novo

tem quase sempre a razão.

SINFONIA SONHO ÚLTIMA APRESENTAÇÃO

fizemos nossas três primeiras apresentações dentro da XI MOSTRA DE TEATRO DA UFRJ. foi amazing, grace.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

XI MOSTRA DE TEATRO DA UFRJ

SINFONIA SONHO

Apenas três apresentações! Integrando a Mostra de Teatro da UFRJ.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

(in)ação física

se a ação não vai mudar nada ela é ainda assim uma ação?

pergunta boba. talvez seja. mas eu fiquei com a imagem de eva com a cadeira erguida. eva com a faca erguida. a cadeira é a faca? não. a cadeira é a cadeira. o desejo dela é aquele ali, daquele tamanho, naquela imediatez. ela diz ao frank isso não é uma faca. e não é. é uma cadeira. mas ele completa que para pessoas ambiciosas como ela, aquilo ali é mais arma do que outra coisa (do que cadeira ou talher). ela sobrevive ali, sob o peso de seu abuso, sob o peso de sua ambição. ela grita baixo (é possível) o nome do marido, mas ele já se foi. calçou os sapatos e partiu.

então resta moira e corley na inação mais agitada do espetáculo. cinto de segurança all the time. todos que passam por moira vão ter que contê-la. moira quer se erguer, quer gritar, quer morrer. não que ela não soubesse. não que ela não fosse prever (a morte do filho). mas é só que agora virou coisa concreta. a repórter mexeu no corpo do filho dela. a repórter anunciou tudo e tudo diz respeito a algo tão íntimo, tão familiar, mas que agora está completamente avassalado.

o cinto de segurança em moira é o mesmo cinto que falta a kevin, quando ele está sobre a cadeira tremendo o íntimo e expressando o seu pavor, a sua ira, o seu ódio a tudo aquilo. kevin está puto (ainda bem que célia dorme). como nunca antes ele está pegando fogo. injustiça: eles não podem fazer isso com a gente. comigo. eles não podem. e o pior, kev, é que eles sempre podem. os pais podem tudo. infelizmente eles acham que podem. e vão arruinar o destino de tudo. a não ser que o destino arruine tudo antes do que viria.

kevin treme sobre a cadeira. ele treme a cadeira. sua ação inação acontece plena e não quer ser linda. é só para esquentar o corpo e começar a dar o texto. quer dizer, agitar o íntimo, a pele, a temperatura para cuspir as palavras com um ódio genuíno e legítimo. kevin tem razão. ele bola os planos mais absurdos para se convencer de que será possível fazer tudo voltar ao normal.

ele acredita nisso. ele tem que acreditar. ele se move para dentro de seu quarto. ele se retira do mundo um segundo para poder voltar ao mesmo, porém, mais fortalecido.

quando ele volta, porém, é tarde.

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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

separação e cegueira

é o tom dos últimos atos. na verdade, a divisão deles não é assim pá e pronto, começou um novo ato e uma nova configuração de cena já se instala. as coisas tão mexidas e misturadas. uma cena do segundo antecipa algo do terceiro ato. as cadeiras se separam assim como as personagens.

paragens. uns numa ponta, outros na outra, um outro só. no canto. o centro da cena convida a todos e a todas, porém, para o desmontar-se. as repórteres entraram. tem personagem implorando pra sair. e sai.

o palco vai se esvaziando e o desamparo acontece pleno. que horrível tudo isso. beleza. é horrível mesmo. franklin pela primeira vez calça os sapatos e parte. parte mesmo. menos um. logo ele. partiu. as crianças congeladas frente ao televisor. as repórteres são mais família do que outra coisa. estão coladas. são invasivas e perniciosas.

joana bravo e carolina wellerson. eva segura a cadeira no alto. é o peso da sua faca. é o peso que nem ela consegue sustentar, coitada.

corley cria raíz sobre o túmulo de tomas. tomas perde, enfim, todo aquele movimento. não há vento, mas talvez exista um ventilador ali.

kevin perde o movimento também. a cabeça pesa e dói como nunca antes. o desejo de virar música começa a empalidecer o espírito. o consome.

o cara das rubricas fica sozinho. bem feito. ele merece. moira congela mesmo. vira estátua. mas é só para nos enganar. na hora precisa ela vai dar o bote e enfim, todos nós sabemos para onde a coisa vai.

o centro não é mais centro. porque ele atira para todos os lados. o centro virá o famoso furacão, dentro do qual e por conta do qual as coisas todas são obrigadas a bailar desespero.

o desenho disso tudo está aqui comigo. vamos juntos, montá-lo. juntos vamos vivê-lo.

ui. medo e delírio.

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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

como dramaturgia

o ponto de vista como dramaturgia. estive pensando, de que maneira acontecer o terceiro ato do espetáculo? é um ato decisivo, que intensifica e instaura de vez a batida violenta da tragédia. logo, como dar conta dessa agilidade, dessa voracidade que o trágico parece necessitar para acontecer?

pensei nas repórteres que aparecem no telejornal. pensei no verbo sensacionalizar. não sou repórter, sou sensacionalista. as palavras que digo não dependem da verdade, elas agem direta sobre a sua sensibilidade. são ficção e dramaturgia. nem tanto fato, quiçá retrato. as minhas palavras são a minha incapacidade plena de tocar no fato – por vezes, simples – como pedras.

então pensei: não seriam elas, essas vedetes da microfonia? não seriam elas aquelas que levariam a história adiante? até o ponto em que da ficção suspeitamos, por ser tão absurda, por ser tão dolorosa? não seriam elas, as repórteres, o filtro disso tudo?

pensei pelo olhar delas. que pelo ponto de vista delas, a dramaturgia escrita se reescreve em cena. pensei que será engraçado. depois achei ser mordaz. depois tive ódio por ser exatamente isso que me afeta. como há uma montagem sobre-fatos que torna os fatos acontecimentos, eventos, estreias e muito menos o acontecimento em si.

sobre como se perde a coisa contando a coisa com esse teor violento e enrubecido. eu gosto. acho que por enquanto só eu entendo tudo isso. na minha cabeça. mas vai rolar. são duas. são elas. joana bravo e carolina wellerson.

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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Cronograma de Ensaios

Semana 6/7

Ensaio #41 – Segunda – 07 de novembro – 17h30/22h – Colégio Andrews

Andrêas e Laura – 17h30
Elenco Completo – 19h

Ensaio #42 – Terça – 08 de novembro

14h/16h – Sala Vianinha (UFRJ)
19h/22h – Colégio Andrews

Ensaio #43 – Quarta – 09 de novembro – 18h/22h – Colégio Andrews

Ensaio #44 – Quinta – 10 de novembro – 18h/22h – Colégio Andrews

Laura ausente

Ensaio #45 – Sexta – 11 de novembro – 18h/22h – Colégio Andrews

Gunnar presente

Ensaio #46 – Sábado – 12 de novembro – 10h/20h – Cia. dos Atores

Laura chega 11h – Laura sai 17h
Gunnar chega 14h
Andrêas chega 16h30
Dan sai 15h/16h

Ensaio #47 – Domingo – 13 de novembro – 09h/17h – Cia. dos Atores


Semana 7/7

Ensaio #48 – Segunda – 14 de novembro – 17h30/22h – Colégio Andrews

Andrêas e Laura – 17h30
Elenco Completo – 19h

Ensaio #49 – Terça – 15 de novembro – 14h/22h – Cia. dos Atores

Laura chega 16h.

Ensaio #50 – Quarta – 16 de novembro – 18h/22h – Colégio Andrews

Ensaio #51 – Quinta – 17 de novembro – 18h/22h – Colégio Andrews

Estreia – Sexta – 18 de novembro – A partir de 16h, na Sala Vianinha (UFRJ)

sábado, 5 de novembro de 2011

processo caminho percurso trajeto desdobramento

como não entregar o que virá lá na frente?

não podemos confundir. a leitura das rubricas em cena, de alguma forma, nos faz acompanhar a sequência dos acontecimentos, tal qual prevista no texto. ela nos informa o que acontece para além das falas, do que é dito entre as personagens. mas, nós atores, criadores, sabemos do percurso todo. (nós já lemos o texto, nós já decoramos as falas, nós sabemos também aquilo que queremos dizer e que não está claramente explícito no texto).

sendo assim, corremos o risco de dizer mais onde a princípio haveria apenas uma única coisa. é neste ponto – exato – que devemos segurar o processo, segurar os desdobramentos, as dobras. e ir com calma e atenciosidade revelando o desconhecido. pois para o espectador, se trata disso apenas. do desconhecido, da neblina, da confusão, da surpresa e da revelação.

pensar o percurso das personagens talvez seja ver o momento primeiro em que a percebemos e o momento final antes das cortinas fecharem. quer dizer: que entre é esse? esse entre é tudo. é a peça. construí-lo é algo realmente artificioso e por vezes, eu creio, impossível.

mas, é preciso paciência e escuta. para não deixar escorrer pelos olhos todas as lágrimas, não deixar estremecer o corpo todas as iras. vamos com calma, com dosagem. DIMMER. vamos dosar as intensidades. se trata disso, de dosagem.

vamos descobrir o prazer da revelação. do saber que se constrói passo-a-passo. não vamos dar tudo de antemão. porque isso seria o mesmo que jogar o tudo no lixo. ninguém aguentaria receber toda a nossa informação de súbito, sem processo, sem selar – primeiro das mãos – vamos encontrar primeiro (como é o liquidificador de célia dentro do carro no início do espetáculo), depois a gente faz outra coisa com essa comunhão conquistada.

depois, a gente engole o espectador para dentro de outras confissões. e faz, junto a ele, escuridão.

mas com calma. grosseria é o que não falta aqui onde estamos. com calma e elegância, o jogo vai se aproximando e colando.