\\ PESQUISE NO BLOG

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Kevin e Eva-Composição do jornal na perspectiva de Eva.

Eva quieta na sala. Kevin entra. Pergunta para a mãe se sela sabe o que é moléculas. Ela explica sem muita certeza. Ele conta pra mãe sobre as moléculas poluentes que existm no mundo e inclusive nas caixas de papelão da mudança. Onde vc leu isso? Por aí...ela insiste, pergunta se na mãe tem poeira. Kevin diz que sim. E no Kevin? Também. Então vem tirar poeira de mãe! Kevin não vai e continua falando dos poluentes que entram, entram, entram...e te matam. Várias vezes. Eva escuta. Conversa com o filho. Ele está tão bonito...ai mãe, vc tá chata...Kevin sai da sala.

EVA e Frank: Composição a partir do jornal

Eva entra na sala em que Frank está. Ela procura o recorte de jornal no qual estava a a notícia que tinha chamado a sua atenção. Frank observa Eva por um tempo e pergunta o porque de sua aflição. ela diz. Ele pergunta sobre o que era a matéria. ela não se lembra, apenas que tinha pego a notícia e rido muito, pensando em não acreditar no que estava lendo. Será que as crianças não pegaram? Diz Frank. Ela não sabe. só sabe que não acredita que uma notícia escrita em uma coluna vertical possa ser verídica. Eva acredita mais nas matérias escritas na horizontal, em grandes blocos no jornal. Ai meu Deus, será que estou ficando louca? Frank nega. Ele se aproxima para dar um beijo nela, ela dá gritinhos, se esquiva e sai a continuar procurando o jornal.

Resposta Kinestética

Segunda composição a partir de recorte de jornal - Moira e Corley

Moira chega em casa. Pela janelinha da porta observa Corley. Quando ele a vê, ela abaixa, num jogo quase infantil. Ela entra, pede que ele se sente e que responda uma pergunta com muita sinceridade: O que ele seria capaz de fazer para conseguir o que quer? Ele seria capaz de morrer por uma causa? Ela conta ao marido que leu no jornal que um tal indiano, que ela não lembra direito o nome, está fazendo greve de fome e não come nada há dez dias. O indiano protesta contra a corrupção de seu país e se diz capaz de morrer pelo povo indiano. Essa idéia transtorna Moira. Para ilustrar a situação da Índia, Moira propõe que Corley faça o papel do tal Indiano, subindo no alto de um armário. Os quadradinhos do chão seriam a multidão que está acampada na porta da casa do ativista indiano, apoiando o seu sacrifício. Moira tenta levantar Corley, mas a idéia não dá muito certo. Terão que imaginar a situação...

Agora, enquanto escrevo sobre a improvisação, pensei que a Moira poderia se impor algum sacrifício até que seu filho voltasse. Uma espécie de promessa. O que poderia ser? Possibilidades: Não comer chocolate. Não fazer sexo. Não descer do telhado da casa.

Composição a partir de recorte de jornal - Encontro de Franklin e Moira

Encontro entre dois desconhecido. Moira está bem curiosa para saber mais sobre o vizinho, porém está um pouco tímida. Ele se mostra bem simpático e inicia o diálogo. Momento de cordialidade entre vizinhos. Franklin pergunta se Moira ouviu a notícia da doença do ator Reynaldo Gianecchini. O belo ator está com câncer. Moira fica absolutamente chocada. "Um homem tão bonito, tão forte... Ele vai morrer?!" pergunta ela, já bastante emocionada. Franklin se apresenta como médico, especialista em câncer. Começa a explicar sobre a doença em um ritmo veloz o que vai deixando Moira cada vez mais apavorada. "Será que essa doença é contagiosa? Será que a minha tosse é sinal de que também estou com câncer?" pensa ela. Mas logo Franklin a tranquiliza dizendo que é mais provável que seja uma gripe mesmo. Moira fica muito feliz por saber que tem um Doutor morando ao lado.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

discurso verbal Moira

Era domingo. Dia de passar com a família. Fazia uma semana que meu filho tinha partido. Dia estranho. Dia que não queria passar. Dia perdido. Suspenso. Dia que não importava. Só o ontem e o amanhã. Queria a vida anterior. O dia normal. Alegre. Vivo. Queria o dia seguinte. A volta do meu filho. Queria um sinal. Desejo nenhum pelo presente. Dia longo. Interminável.

Acordei às 7 e 47 da manhã. Tentei acordar Corley. Em vão. Fui até a varanda, que era da onde eu podia ver o céu. Todos os dias eu fazia isso. Resolvi fazer algo diferente neste domingo: subir no telhado. E lá fiquei. Depois de horas ouvi os gritos de Corley. Primeiro gritava: “Moira!” depois “Thomas!”. Estava frio, mas eu gostava de sentir o vento batendo nos meus braços. Eu não conseguia sair dali. Alguma coisa me paralisava. Eu queria voar. E queria entender o que estava acontecendo. Entender de verdade.

Discurso Verbal-Kevin

Acordei às 2:40 da manhã. Tentei dormir mais, não conseguia. Não pensava mais com a urgência do dia anterior. Na verdade, não pensava. Adormeci depois de umas duas horas e acordei às 6:00 novamente. Levantei. A casa ainda escura. Em silêncio, fui até a geladeira e tomei um copo de leite. Voltei pro meu quarto, abri a janela e observei o céu até às 8:00 quando minha mãe veio me acordar. Fui para o banheiro, liguei o chuveiro e deixei a água cair sobre meu corpo por muito tempo. Às 8:30, o café estava na mesa; às 9:20, o pai nos levou à escola; às 11:00, ouvi os tiros; depois os gritos. A professora se sentiu sem ar e não conseguia levantar da cadeira. Em certo momento, a turma fez silêncio, o professor de educação física chegou e pediu para o seguirmos. Vi muito sangue pelos corredores; meu corpo todo estava gelado e trêmulo, mas eu via tudo. Lá fora, a mãe me agarrou com violência e quase me sufocou.
Em casa, tudo estava diferente. O dia inteiro ficou escuro e eu passei a tarde olhando aquele céu. Lindo! Ninguém se falava em casa. Ninguém se movia. O jantar não foi servido. Dormi às 7:00, pesadamente.

domingo, 28 de agosto de 2011

Discurso Verbal Corley

Era sábado, já tava acordado. A Moira tava dormindo, ela tem dormido até tarde pq as crianças estudam de manhã então não é necessário estar acordada de manhã.
Fui até a janela pra ver se a Célia tava brincando na rua, mas só encontrei o Kevin no jardim girando em torno do eixo dele sem parar.
Fui até o quarto, fiz um tsuru de origami e deixei na mesinha de cabeceira da Moira para ela ver quando acordasse.
Peguei uma garrafa de leito e levei a casa de Frank, a gente tomou café juntos aquele dia.
Perdia a noção do tempo e quando voltei pra casa o almoço tava na mesa. Almocei com Moira e depois fizemos amor e foi muito bom.
Dormi a tarde toda, já acordei na hora do jantar. Jantamos o mesmo do almoço e nos sentamos pra ver o noticiário. Foi ai que descobrimos que Thomas foi encontrado morto num balão.
Há duas semanas atrás nós fomos andar de balão e desde lá ele estava desaparecido.
Não me lembro mais.

Corley, composição 4

"Aqui está: O presente mais especial de todos!"
Chamei todos ao centro, fizemos uma roda, eu fiquei de pé de frente para todos.
Materiais que levei para o centro do espaço cênico: Revistas, tesoura, cola, 8 folhas coladas formando um cartaz (essas eram parte das impressões das postagens de 2008), uma coca zero com 3 copos - Kevin, Célia, Frank.
Com todos olhando p mim eu disse o tema da composição, disparei o cronômetro na tentativa de fazer tudo em cinco minutos.
Tirei Eva para um canto e a coloquei sentada de frente para outras cadeiras vazias, coloquei Frank no Palco sentado de lado, tirei Moira e a coloquei sentada em oposição a eles dois sentada numa escadinha (enquanto a levava para a escadinha eu disse a ela: " Eu posso falar com vc, difícil é comunicar, alguma coisa").
Depois disso convido Célia e Kevin ao palco para escolher nas revistas as imagens que eles mais gostassem em 1 min e meio. Sirvo a eles e ao pai coca zero e me sento na outra ponta do palco (oposta a de Frank) e começo sentado ereto e vou definhando mas sem tirar o foco no horizonte.
Termino esse movimento e recolho o que as crianças escolheram, vou ao centro e faço uma colagem no cartaz com essas imagens. Célia me oferece ajuda e eu aceito, Kevin tb o faz.
Terminamos a colagem, peço que segurem de costas para a equipe. Busco Moira e no caminho até posicioná-la de frente para eles dois com o cartaz (No caminho repito a frase que disse a ela quando a coloquei na escadinha: "Eu posso falar com vc, difícil é comunicar, alguma coisa").
Peço para que se virem para Moiro e começo uma dança ridícula até que me jogo no chão a frente do cartaz e peço aplausos!
Fim.

discurso verbal CELIA

baseado na terça-feira: O PRONUNCIAMENTO DE KEVIN

(este pronunciamento causa ira profunda descabida desentendida momentânea em célia, que depois vira desperdício. célia entende o que kevin diz naquela hora, e isso produz desespero no contato inaugural com esta realidade proposta por ele. entope célia por dentro).


"Hoje foi o segundo dia de aula e eu conheci o homem mais lindo do mundo. Ele ensinou sobre os planetas e o sol, e eu mesmo sem saber nada olhei e ouvi bastante. Nunca havia sentido isto nas minhas vistas.

Pai Frank buscou eu e Kevin com rock no radio, Kevin cantarolando o refrão, ...

No jantar. Kevin fala sobre se ver ausente de si ou eu si muito imerso: como a musica é. Agoniza minha vista, me entope, deixa tudo duro; mas só rapidinho.

Depois escovei os dentes, troquei o pijama e deitei, com tudo bem. Antes de dormir não falamos nada".

Eva-Discurso verbal

Eu lembro do som dos sucrilhos. Eu lembro do cheiro do cabelo do Kevin ao beija-lo antes de sair. Lembro do toque aveludado do tapa-olho de Célia, mas não lembro do rosto do meu marido. Ele domiu e acordou do meu lado, mas eu não me lembro.

6:30 chego na escola, digo bom dia a quem passa, vou para a cantina e tomo café com a vice-diretora.

Manhã corrida, almoço, Frank deixa com Célia o meu porta óculos que eu tinha esquecido em casa. O dia está lindo. Céu azul de inverno. Eu adoro céu azul de inverno.

Eu não escutei o primeiro tiro, nem o segundo, terceiro, quarto, quinto. Saindo do almoxerifado, vi o rastro de sangue. Pensei: Nossa, eles realmente gostam de Halloween por aqui.

De um segundo para o outro mais sangue, sangue, gritos, castelos sendo construídos, castelos sendo destruídos. Meus olhos encaram Kelly, menina doce mas dormia em sala de aula por que tinha rinite alérgica e por isso tomava muito anti- histamínico.

Os olhos dela se fecharam pela última vez, minha inocência acabou alí.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

7 \\

25/08, Colégio Andrews, 20h/22h
Andrêas, Dan, Adassa, Márcio, Laura, Virgínia, Diogo e Thaís

ANDAMENTO.

andamento pessoal
andamento equalizado
andamento da música
jogo entre estes andamentos

PROPORÇÃO.

5 andando no andamento da música:1 parado(a)
como negociar em invisível?
5 andando no andamento da música: 1 parado(a) + 1 fora do andamento da música

COMPOSIÇÕES.

KNOW HOW

EVA (discurso verbal) + MOIRA (discurso físico)

eu lembro do som do sucrilhos, do cheiro do cabelo do kevin, do toque aveludado do tapa olho da célia + moira andando pra frente olhando para cima

seis e meio chego à escola e toma café com a vice na cantina, o dia tava lindo + moira girando ao redor de si e cai deitada no chão

eu não escutei o primeiro tiro, nem o segundo, sangue, nossa, eles realmente gostam de halloween por aqui, kelly (e os olhos) e a minha inocência se acabou ali + mãos que batem no chão

KEVIN (discurso verbal) + EVA (discurso físico)

acordei as duas e quarenta da manhã, na verdade não pensava, adormeci e acordei as seis novamente, a casa estava escura e em silêncio + rasga folha

deixei a agua cair sobre meu corpo por muito tempo, as oite e meia o café sobre a mesa, as nove e vinte o pai me levou na escola + rasgos

ouvi os tiros, a professora se sentiu sem ar, o professor de educação física chegou, vi muito sangue + rasgar em pedaços menores

lá fora minha mãe me aguardou com violência, em casa tudo esteve diferente, o dia inteiro escuro o jantar não foi servido, dormi as sete da noite, pesadamente + olha os pedaços sobre o chão

MOIRA (discurso verbal) + KEVIN (discurso físico)

era domingo, dia de passar junto com a família, fazia uma semana que meu filho tinha partido + deitado no chão, se senta, se deita, se ergue, bebe o café

desejo nenhum pelo presente, um dia suspenso que não passava + abre as janelas

acordei as sete e quarenta e sete, tentei acordar o corley, fui á varanda, subi no telhado + retorna, abaixa, olha, se ergue

frio, vento, queria voar, corley gritava moira, gritava tomas! + se vira, cambaleia, abre e olha

GOZO

CÉLIA (discurso verbal) + FRANKLIN (discurso físico)

segundo dia de aula e eu conheci o homem mais lindo do mundo, os planetas e o sol, pai frank buscou eu e kevin com rock no carro kevin se fala de se ver ausente de si + deitado, dormindo, acordando, levantado, girando, andando, andando, se erguendo

depois escovei os dentes, tudo bem, depois não falamos nada + quedas, movimentos de arrastar, levar, voar, correr, girar e mãos na cabeça

CORLEY (discurso verbal) + CÉLIA (discurso físico)

sábado, acordado, eu saí pra ver se a célia tava brincando no quintal, só okevin tava girando + virou, dedo no céu, olha o céu

ai eu entrei fiz alguma coisa de origami e deixei em cima da mesa de moira + batidas nas pernas

eu e moira fizemos amor, foi muito bom, acordei na hora da janta + se desloca, até o canto, cabeça baixa, inconstante

e descobrimos que o tomas foi encontrado morto no balão que a gente tinha brincado com ele na última semana, não lembro o resto

FRANKLIN (discurso verbal) + CORLEY (discurso físico)

ontem eu acordei com meu sonho, ao invés do despertador, um pouco atrasado, não comi nada, fui levá-los pra escola como todos os dias + ajoelhado, vai se erguendo, via coluna, como um dinossauro, falta ar e respira fundo

quando eu tava voltando ouvi disparo, barulhos, de tiro, peguei eles pelo braço porque eu vi umas crianças mortas e umas agonizando sofrendo chorando gritando muito + esvaziar e se arrastar, com a cabeça escondida no braço

voltei pra casa, correndo, não consegui falar com a minha mulher parece que ela teve que dar depoimentos, eu não consegui dormir naquele dia, não consegui me acalmar tão tensa eram crianças mortas sangrando pelo chão + gira e se senta, ajoelhado, se ergue gira e pára

\\

Virginia- Como virar música


SOBRE A MÚSICA
A música (do grego μουσική τέχνη - musiké téchne, a arte das musas) é uma forma de arte que se constitui basicamente em combinar sons e silêncio seguindo uma pré-organização ao longo do tempo.
É considerada por diversos autores como uma prática cultural e humana. Atualmente não se conhece nenhuma civilização ou agrupamento que não possua manifestações musicais próprias. Embora nem sempre seja feita com esse objetivo, a música pode ser considerada como uma forma de arte, considerada por muitos como sua principal função.
A criação, a performance, o significado e até mesmo a definição de música variam de acordo com a cultura e o contexto social. A música vai desde composições fortemente organizadas (e a sua recriação na performance), música improvisada até formas aleatórias.
Para indivíduos de muitas culturas, a música está extremamente ligada à sua vida. A música expandiu-se ao longo dos anos, e atualmente se encontra em diversas utilidades não só como arte, mas também como a militar, educacional ou terapêutica (musicoterapia). Além disso, tem presença central em diversas atividades coletivas, como os rituais religiosos, festas e funerais.
Há evidências de que a música é conhecida e praticada desde a pré-história. Provavelmente a observação dos sons da natureza tenha despertado no homem, através do sentido auditivo, a necessidade ou vontade de uma atividade que se baseasse na organização de sons. Embora nenhum critério científico permita estabelecer seu desenvolvimento de forma precisa, a história da música confunde-se, com a própria história do desenvolvimento da inteligência e da cultura humana.

TORNAR-SE MÚSICA
Definir a música não é tarefa fácil porque apesar de ser intuitivamente conhecida por qualquer pessoa, é difícil encontrar um conceito que abarque todos os significados dessa prática. Definir-se música, torna-se assim, mais complexo. Mais do que qualquer outra manifestação humana, a música contém e manipula o som e o organiza no tempo. Talvez por essa razão ela esteja sempre fugindo a qualquer definição, pois ao buscá-la, a música já se modificou, já evoluiu. E esse jogo do tempo é simultaneamente físico e emocional. Como "arte do efêmero", a música não pode ser completamente conhecida e por isso é tão difícil enquadrá-la em um conceito simples. Partindo desse pressuposto, Tornar-se música torna-se uma ação de infinitas possibilidades, dependendo do temperamento, crenças e estrutura psicofísica do indivíduo.
Definição negativa
Uma vez que é difícil obter um conceito sobre o que é a música, alguns tendem a definí-la pelo que não é:
  • A música não é uma linguagem normal. A música não é capaz de significar da mesma forma que as línguas comuns. Ela não é um discurso verbal, nem uma língua, nem uma linguagem no sentido da linguística (ou seja uma dupla articulação signo/significado), mas sim uma linguagem peculiar, cujos modos de articulação signo musical/significado musical vêm sendo estudados pela Semiótica da Música.
  • A música não é ruído. O ruído pode ser um componente da música, assim como também é um componente (essencial) do som. Embora a Arte dos ruídos teorizasse a introdução dos sons da vida cotidiana na criação musical, o termo "ruído" também pode ser compreendido como desordem. E a música é uma organização, uma composição, uma construção ou recorte deliberado (se considerarmos os elementos componentes do som musical). A oposição que normalmente se faz entre estas duas palavras pode conduzir à confusão e para evitá-la é preciso se referir sempre à ideia de organização. Quando Varèse e Schaeffer utilizam ruídos de tráfego na música concreta ou algumas bandas de Rock industrial, como o Einstürzende Neubauten, utilizam sons de máquinas, devemos entender que o "ruído" selecionado, recortado da realidade e reorganizado se torna música pela intenção do artista.
  • A música não é totalizante. Ela não tem o mesmo sentido para todos que a ouvem. Cada indivíduo usa a sua própria emotividade, sua imaginação, suas lembranças e suas raízes culturais para dar a ela um sentido que lhe pareça apropriado. Podemos afirmar que certos aspectos da música têm efeitos semelhantes em populações muito diferentes (por exemplo, a aceleração do ritmo pode ser interpretada frequentemente como manifestação de alegria), mas todos os detalhes, todas as sutilezas de uma obra ou de uma improvisação não são sempre interpretadas ou sentidas de maneira semelhante por pessoas de classes sociais ou de culturas diferentes.
  • A música não é sua representação gráfica. Uma partitura é um meio eficiente de representar a maneira esperada da execução de uma composição, mas ela só se torna música quando executada, ouvida ou percebida. A partitura pode ter méritos gráficos ou estéticos independentes da execução, mas não é, por si só, música.
  • Um dos poucos consensos é que ela consiste em uma combinação de sons e de silêncios, numa sequência simultânea ou em sequências sucessivas e simultâneas que se desenvolvem ao longo do tempo.
O ritmo é o elemento de organização, frequentemente associado à dimensão horizontal e o que se relaciona mais diretamente com o tempo (duração) e a intensidade, como se fosse o contorno básico da música ao longo do tempo. Ritmo, neste sentido, são os sons e silêncios que se sucedem temporalmente, cada som com uma duração e uma intensidade próprias, cada silêncio (a intensidade nula) com sua duração. O silêncio é, portanto, componente da música, tanto quanto os sons. O ritmo só é percebido como contraste entre som e silêncio ou entre diversas intensidades sonoras.
Hipótese 1
Liberano (2011) apresenta a seguinte estrutura:
Derivando do triangulo Edipiano, Liberano defende que torna-se música é uma tentativa de romper com dinâmicas pré- estabelecidas para podermos enfim nos tornar algo melhor do que nós mesmos. Ao Acrescentar mais três triângulos a estrutura, aumente-se as possibilidades de troca, e de choque. Choque esse que desintegra as poucos estruturas pré concebidas, gerando o fluxo, fluxo que te tira da qualidade de observador e te coloca na condição de sujeito. Aos poucos, esse fluxo se torna o contraponto de moldes estáticos e se coloca na outra ponta da estrutura, tornando-se ao mesmo tempo um espelho e um provocador por sua característica fluida. Poderíamos chamar esse fluxo de sexo, de arte, mas acreditando que a música engloba todas essas estruturas, sugiro a música. Música assim, seria tornar-se fluxo, algo assim, melhor do que eu.
Hipótese 2
Existe uma corrente na história da música que defende que a música só se torna música na presença do olhar do outro, este sim significa a música. Sendo assim, seria possível que Kevin se torne música, não por ele, mas através do olhar do outro? Que nada realmente acontecesse fisicamente, mas sim na percepção do outro para com o Kevin? Será, ainda, que esse menino e alguma maneira captou a urgência daquelas pessoas e se tornou música não por vontade só dele, mas para ajudar aos outros?
Conclusão
Eu inspiro e expiro. Me derreto nesse fluxo sem espinha, sem pernas. Meus olhos param de ver, meus ouvidos de ouvir, minha pele de sentir. Eu me torno, apenas. Se tornar música é mergulhar no fundo do silêncio, fundo até se poder ver o humano do mundo. É tornar-se fluxo, a eterna tentativa de ser algo melhor do que eu mesmo, jorrando tentativas de transformar-se naquilo que o mundo precisa ouvir naquele momento. Música onipresente. Música acalanto de ouvido frio. Tornar-se música é tornar-se o som do próprio homem.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Composição 4 - Moira - "Zelda e Kevin? São esses os nomes dos dois anjinhos?"

Moira canta muito animada para Kevin "Era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada. Ninguem podia entrar nela não, por que na casa não tinha chão. Ninguém podia dormir na rede, por que na casa não tinha parede. Ninguém podia fazer pipi, por que penico não tinha ali. Mas era feita com muito esmero, na rua dos bobos número zero. Mas era feita com muito esmero, na rua dos bobos número zero" Enqunato canta para o menino solicita a sua participação completando as frases musicais. Quer estabeler um clima de cumplicidade com Kevin. Mas a sua felicidade quase infantil é estranha. Moira tira balinhas de sua roupa que oferece a Kevin. Come uma bala com muito prazer, quase um prazer sexual, tudo com a atenção de atrair a criança. Depois de oferecer quase 20 balinhas ela consegue levar a criança para um canto. Brincando de fazer cosquinhas ela diz: "Tudo que corre, corre, corre, corre, corre para o seu morrer" e ao concluir a frase aponta para o céu, onde seu filho habita agora. Pausa longa. Diz ao Kevin bem maternal: "Deita no meu colo. É macio. É cheiroso. Deita!" Como o menino resiste, ela insiste até mandar que a criança deita de maneira bastante agressiva. Ele finalmente deita no colo de Moira. Ela faz carinho na cabeça dele e lhe oferece mais uma balinha. Aos poucos o seu carinho desmedido assusta Kevin e ele quer sair dali. Ela não deixa. Quer sentir a carne do menino. Seu corpo vivo. Concreto. Em oposição ao filho que virou vento. A Imagem de Kevin no colo de Moira remete à clássica imagem da Pietá. A mãe que segura nos braços o filho morto. Kevin consegue se desvencilhar dos braços da mulher e foge. Ela sozinha canta novamente a mesma canção do início da composição. Agora com peso. Sentindo a morte do filho e o vazio que se tornou sua casa e sua vida.

Composição 3 - Moira - "Corley, é chegada a hora: quero ficar grávida."

Moira está barriguda. Parece estar grávida de muitos e prestes a parir. Demosntra estar muito feliz por isso. Dança e canta baixinho para acalmar o bebê: "O cravo brigou com a rosa, debaixo de uma sacada. O cravo saiu ferido, a rosa despedaçada". Faz carinho na barriga. De repente ouve-se um estrondo e a barriga some. Susto. Moira revive o choque da perda do filho. Pausa longa. Horror. Ela levanta a blusa e, de dentro de sua roupa, caem pedaços de bola de encher de festa infantil. Pedaços de plástico, que remetam a uma criança abortada. A barriga era falsa. Doce ilusão... Moira insiste em resgatar a barriga que a tranquilizava. Tira do bolso mais uma bola e sopra até encher completamente e estourar na sua cara. O gesto é repetido. Mais uma vez seu esforço é em vão. Na terceira tentativa Moira sequer consegue encher a bola. Faz um esforço imenso, mas a bola não cresce. Sem força ela cai no chão. Num riso nervoso ela diz "E as pessoas dizendo que eu estava triste...", "As pessoas ali passando e eu querendo o vento" (Esqueci de dizer essa frase no dia da apresentação da composição...) Arrasada Moira bate na própria barriga enquanto diz: "Terreno minado", referindo-se a sua impossibilidade de engravidar novamente.

Corley, composição 3

Para essa composição houve uma mudança de estímulo que mudou minha abordagem sobre as postagens. Foi pedido que eu fosse mais concreto e menos "expressivo". Então resolvi me ater mais ao tema e usar a postagem de acordo com o que fosse mais interessante para o tema. Outro fato que modificou minha forma de criar a composição foi que compreendi melhor a questão da crise do casamento dos dois (Corley e Moira). Estava pesquisando um possível "esfriamento" da relação...desencontros, rancores, sei lá! Algo comum que faria um casal entrar em crise...mas depois de uma das conversas de final de ensaio percebi que dizia mais respeito ao filho q se perdeu...bom!

TEMA: "Moira, tenho um presentinho pra você!"

Posiciono a mesa grande no meio do espaço cênico, coloco a cadeira de marrom atrás da mesa de costas para o público. Levo meu figurino e objetos que serão utilizados para a mesa. Figurino: terno, camisa quadriculada, cueca samba-canção, cinto marrom, cinto preto para ser utilizado como gravata. Objetos: saco plástico para depositar a roupa do corpo, bolsa de papelão com vestido de noiva dentro, cavaquinho.

Subo a mesa, digo o tema e começo a tirar a roupa que visto. Visto o figurino que trouxe a mesa, a roupa que não utilizo mais coloco num saco e jogo ao chão atrás da mesa. O último item do figurino é o cinto-gravata.

Me sento a mesa, pego o cavaquinho, ajeito o cinto-gravata para trás e toco introdução de uma música de casamento que não sei bem ao certo o nome (tirei a música). Toco primeiro na corda mais grave depois na mais aguda, nunca consigo terminar ou tocar direito até o fim.

Agora levanto e busco o presente de Moira e coloco ao chão, a frente da mesa e peço que Moira pegue. Assim que Moira retira da bolsa começo a tocar introdução da marcha nupcial, que Tb não consigo tocar direito ou terminar nunca. Enquanto isso Moira tenta colocar o vestido de todas as maneiras e com euforia.

O que programei foi que ela olhasse e fosse vestir fora do espaço cênico, mas preferi não combinar e jogar com a reação dela. Durante esse jogo toda vez que não conseguia terminar de tocara a música, eu tocava a corda mais grave em batidas fúnebres. Em princípio elas começariam assim que Moira resolvesse colocar o vestido fora de cena, mas essas batidas entraram e se repetiram junco a marcha nupcial de acordo com que improvisei ao ver Moira tentando enfiar o vestido em si.

Permanecemos nesse jogo e quando vi que ele se repetia demais encerrei a cena com agradecimento.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

6 \\

23 de agosto, Colégio Andrews, 19h/22h
Diogo, Thaís, Márcio, Adassa, Virgínia, Andrêas, Laura, Dan e Isadhora

Apresentação de seminários a partir do tema: COMO VIRAR MÚSICA.

Foi criada uma unidade, UPP - UNIDADE PRÓ-POSSIBILIDADE (de 0 a 9) que indicaria o grau de possibilidade das hipóteses apresentadas pelos palestrantes. Ao término de cada palestra, cada um dos presentes escrevia no papel a UPP do palestrante. Esta Unidade indicaria se a proposta apresentada teria um maior ou menor grau de efetivação prática.

Seguem anotações realizadas durante a apresentação de cada um dos palestrantes:

19h32/19h39 > LAURA NIELSEN
Virar música é o primeiro orgasmo de Kevin, primeira experiência muita intensa onde ele conseguiria um prazer intenso, máximo. Virar música: algo extraordinário, numa intensidade muito grande. Descoberta da sexualidade;
Virar música seria morrer, morte, outra dimensão, outro mundo;
Virar música é escapar da realidade do cotidiano. O que provocaria esse surto (poderia ser uma droga, algo de ordem externa, um trauma que emocionalmente transtorna a pessoa e a leva) poderia ser algo capaz de tirá-lo de tirar de uma realidade e lançá-la em outra. Alucinação. Mundo criado. Outro mundo;
Virar música seria algo como, inspirado por Tomas, ter liberdade. Ele então entraria dentro de um balão e voaria. Na cabeça de Kevin, seria se libertar e voar.
A opção defendida não é nenhuma das outras. Virar música, para Laura, diz respeito a se transformar num artista e se sentir capaz de criar uma obra de arte, tendo um prazer imenso nessa criação.
A ideia é que ele é um personagem muito apaixonado pela música. A coisa que mais atrai ele seria a música, a coisa que mais atinge a sensibilidade dele. Ao realmente conseguir fazer música ele consegue se sentir tão identificado com a obra que ele cria, que por isso mesmo ele diz que tá virando música, sua própria obra.
É como se construísse algo que parte do íntimo, mas que se confunde com o objeto artístico. Pensou-se que ele poderia a todo instante tentar tirar algum som de algum instrumento. E, após ter conseguido, ficar maravilhado com isso.
Ele pode ser um menino que tem muita dificuldade de comunicação e como ele entende que a música é algo que comunica muito diretamente, ele perceber querer virar música para poder se comunicar. Querer trocar. A música seria a linguagem que ele acredita ser a mais potente.

19h43/19h57 > ADASSA MARTINS
Como ou o que é virar música a partir de um processo lógico?
Lógica dialética, que transita entre a tese e a antítese, entre sua afirmação e sua negação.
A primeira coisa são as duas definições: 1) música humana que tem a ver com microcosmo; 2) música mundana que tem a ver com macrocosmo. O que será defendido diz respeito ao trânsito entre o homem e o mundo, entre o micro e o macro.
A música é criada pelo homem e vai para o mundo. Ela vai para o externo.
DEFINIÇÃO DA PALAVRA “MÚSICA” = combinação de som + silêncio – assim como a FALA (que também uma combinação de som e silêncio).
A origem da música diz-se ser o primeiro som do universo, o mantra “om”... A origem da fala é no sentido de comunicação. A fala está diretamente ligada ao homem, tendo brotado da necessidade de comunicação entre os homens. FALA é micro. MÚSICA é macro.

PLANOS DE ATUAÇÃO
Música                                                                               Fala
Om                                                                                       Comunicação
Universo                                                                            Homem
Transcendental                                                                              Concreta
Desconhecido, incertezas                                          Conhecido, certezas
Aleatório                                                                           Possibilidades determinadas


MÚSICA ALEATÓRIA, tipo de música vanguardista do século vinte, o resultado final foge do controle compositor.
De acordo com a palestrante, VIRAR MÚSICA é VIRAR SONHO.
Possibilidade que mora entre. O certo e o incerto, entre o impossível e o possível. Momento em que sonhamos possibilidades que não necessariamente são concretas. Como esse sonho se daria quando acordado? SER SONHO É UMA ESFERA DE SINGULARIDADE. NÃO É SONHO NO SENTIDO DE DESEJO, É NO SENTIDO DE VIAGEM. SONHO PRA MIM É UMA LACUNA ENTRE MORTE E VIDA. NO SENTIDO DE QUE MORTE É UMA PASSAGEM EM OUTRA DIMENSÃO. VIDA É O MUNDO CONCRETO. E SONHO, É O MEIO DO CAMINHO. É ESPAÇO DE ALUCINAÇÃO.
Ser sonho é o passo que a pessoa dá ao querer reger a própria vida. A regência não tá ligada a controle de tudo. Reger não é controlar, é se colocar como ser que é criador da sua própria vida.
Ser música é a criação de um sentido de viver próprio. É de certa forma um autismo, uma alucinação permanente, ela usa o material que ela quiser usar e materializa o material que deseja materializar.

20h00/20h09 > MÁRCIO MACHADO
Ler trechos de dois livros do SWAMI MUKTANANDA (SIGNIFICA O ÊXTASE DA LIBERAÇÃO).
esse corpo pequeno é a vastidão do corpo inteiro <
coração = centro do conhecimento
todas as maravilhas que você vê num mundo externo, podem ser encontrado numa proporção muito maior em seu interior

sons divinos, impossíveis descrevê-los
dentro desses espaços interiores, ressoam sons divinos, néctares, nada nesse mundo pode ser comparado a sua doçura
DICIONÁRIO “MÚSICA”
Harmonia, paz, ausência de lutas, violência, perturbações, reestabelecimento de relações, sossego, amizade, transcendental, serenidade, quem experimentaria esse espaço?
Lembrou-se dos grandes santos. Da filosofia oriental, a gente é consciência, é deus, tem tudo isso dentro da gente e esses santos vivem nesse espaço o tempo inteiro. A gente pode chegar lá: estado de graça! A consciência se amplia de uma forma (leitura de um livro, por exemplo... dura pouco tempo, mas a gente toca nesse espaço).
Qual dessas coisas fazem você entrar nesse estado onde você escuta você cria onde você é tudo? O gozo, a morte, a arte, a criação e a tragédia (uma coisa muito trágica!). Uma experiência de quase-morte, algo de ordem muito trágica (presenciar a morte dos coleguinhas) a partir do qual a consciência dele tem que se expandir para que seja possível viver com aquela informação.
Exemplo: compreensão, se ele consegue ver isso tudo e compreender isso tudo. Moira sequestra Célia, matou a Célia e ele ainda conseguir ver aquilo e se colocar num espaço muito além e sentir compaixão pela Moira. COMPLEXIDADE.
Adassa diz: ou entender a morte de outra maneira.

20h10/20h35 > DIOGO LIBERANO

20h40/20h47 > THAÍS BARROS
Eu tentei me policiar e seguir uma lógica. Música é um conjunto de sons e pausas. O que que torna um conjunto de sons uma música? A música precisa ter uma duração? É necessário esse fechamento – isso ser música e isso não ser música? Qualquer coisa pode se tornar música.
Pensei na música como linguagem universal, alcançar várias pessoas de diversas culturas, alcançando todas elas de variadas formas. Pensei também na vontade de ouvir e de ser ouvido. Se a pausa faz parte da música ela pode não ter fim.
O que é preciso fazer pra ser música?
MÚSICA TEM CORPO? Pensei no corpo de uma criança, pensando no corpo de ingenuidade, de ser no espaço de criação sem limites, sem maldade, mas sem pretensão a querer ser e não querer ser. POR QUE SER MÚSICA? E NÃO TORNAR O MUNDO MÚSICA? Pensando que música não se comunica com música. É possível viver sem música?
Música imprime ritmo e esse ritmo pode oscilar. A capacidade da música de ecoar sem ser necessário a sua presença. Querer ecoar na cabeça das pessoas e ter esse poder.
SER MÚSICA NÃO É SER ARTISTA, MAS SIM SE TORNAR A OBRA DE UM ARTISTA. Não significa ser uma música, é ser música nesse sentido. Não seria suficiente, escolher uma música.
Pensando em tudo isso, eu cheguei à conclusão de que QUERER SER MÚSICA É QUERER SER TUDO QUE NÃO SE PODE SER. POR ISSO É PRECISO SE TORNAR. QUERER SER. É TORNAR O IMPOSSÍVEL POSSÍVEL.

20h50/21h13 > ANDRÊAS GATTO
COMO SE TORNAR MÚSICA?
É impossível. Buscar analogias. Virar música tem a ver com algo no sentido de ser bom, de se libertar.
MÚSICA // Qualquer composição musical, arte e ciência de combinar sons de modo agradável, orquestra, execução de qualquer peça musical.
Verbo ser>>> SEMPRE EM CAMINHO RUMO A ALGO. Me interessa estado (Andrêas). Quando eu pensei em virar música eu pensei em meditação. Meditação não como chegada, mas como caminho. Em que lugar há música? Não tem como mensurar a quantidade de locais onde a palavra música pode existir.
Pensar música como libertação.
OSHO – meditação ativa.
MÚSICA E MEDITAÇÃO (reflexão, processos mentais, que se opõem à contemplação). Estamos fazendo teatro: edifício, arte de representar, coleção das obras dramáticas de um autor, época, nação...
MÚSICA
SER
MEDITAÇÃO
TEATRO

Tudo que diz respeito ao concreto. Eu queria que a gente se ausentasse da responsabilidade de dar resposta a essa questão. Da mesma maneira que eu entendo que a meditação é um processo. Finalidade. Não acredito na finalidade. Se fosse pra bancar a finalidade, a nossa finalidade é morrer.
Esse mesmo cara, o OSHO, fala que a iluminação é apenas um expansão da consciência. Não há nada a ser conquistada, já está tudo aqui.
Quando a gente faz teatro, dentro de uma mostra de teatro, a gente faz o mesmo processo de teatro. A gente corrobora com o que tá acontecendo ali politicamente. Quando a gente materializa a música e diz aquilo que ela é, a gente prende ela num mesmo lugar. Quando a gente entende a meditação, fazemos a mesma coisa.
Como a gente faz teatro negando que a gente tá fazendo teatro o tempo inteiro?
RUPTURA. Ponto. SE VOCÊ NÃO PROPÕE NADA, VOCÊ ENGENDRA UMA CRISE. A CRISE É UM PROCESSO. EU NÃO SEI O QUE É VIRAR MÚSICA, EU NÃO SEI SE EU QUERO SABER.
É UMA TENTATIVA PORQUE NÃO É UMA FINALIDADE. EU DISCORDA DA FINALIDADE.
CRISE ENVOLVE TENTATIVA.
A NÃO SER POR ANALOGIA. Música, ser, meditação, teatro.
Música e meditação: o meu insconsciente chega antes.

Negar a ferramente usando a ferramenta.

21h17/21h30 >VIRGÍNIA MARIA
Eu trouxe duas hipóteses.
Não fugir do impossível. Eu tentei uma busca mais metafísica. Para que aos poucos essa ideia vá se clarificando de alguma maneira.
SOBRE A MÚSICA
Música é uma forma de arte que se constitui de uma organização de sons e silência. Prática cultural e humana. Pode ser considerada como uma forma de arte. A criação, a performance, o significado. Música militar. Música terapêutica. Festas. Funerais.
TORNAR-SE MÚSICA
Definir-se música torna-se assim mais complexo. A música contém e manipula o som e o organiza no tempo. Ao buscá-lo, a música já se modificou, já evoluiu (?). Jogo físico e emocional. Tornar-se música torna-se uma ação de infinitas possibilidades.
Definição negativa / não é um discurso verbal, é uma linguagem peculiar. Semiótica da música. Ruído pode ser um componente da música.
Não tem o mesmo sentido para aqueles que a ouvem. Certos aspectos da música tem efeitos semelhantes em populações muito diferentes. A música não é sua representação gráfica. Uma partitura só se torna música quando executada ouvida ou percebida.
A música consiste numa combinação de sons e silêncio. Simultâneas e sucessivas, as sequências. Ritmo, horizontal, tempo, intensidade. Contorno básico. Ritmo como sons e silêncios que se sucedem.
VIRAR MÚSICA - Rompimento com dinâmicas pré-estabelecidas para podermos, enfim, nos tornar algo melhor do que nós mesmos. Quatro triângulos, choques, que quebram a estrutura estabelecida. E instauram os fluxos. Que abalam a estrutura. Poderíamos chamar esse fluxo de sexo, de arte.
FLUXO: ALGO ASSIM MELHOR DO QUE EU.
SEGUNDA HIPÓTESE: A MÚSICA É FEITA COM O SIGNIFICADO DE QUEM VÊ.
NÃO É KEVIN QUE SE TORNA MÚSICA, MAS SIM SEUS OBSERVADORES.
CONCLUSÃO
Ser música é ser algo melhor do que você mesmo?

21h31/21h45 > DAN MARINS
Certo orientalismo na explicação. Eu vou começar falando do budismo tibetano. Relatos de pessoas que entraram em estados de transe meditativo tão elevados. Pode-se vislumbrar tocar essas dimensões mais invisíveis. Alguns textos falam de seres que alcançaram níveis tão sutis e densos, ao mesmo tempo, que o corpo sucumbiu à experiência e tais seres se descorporializaram.
Seria como se os limites externos sucumbissem aos internos. PRESENÇA QUE SE DIISSOLVE NUM TIPO DE ENERGIA QUE NÃO É MAIS PALPÁVEL, QUE NÃO É MAIS FÍSICA. Nesse sentido, tornar-se música se relaciona ao deixar de existir.
TIBET – lagos, montanhas, campos. O arco-íris compõe essa paisagem. Pode ser que na urbanidade, um arco-íris nem seja percebido.
É possível que essa música seja um estrondo, um trovão original, um som muito violento que é justamente quando algum indivíduo chega nessa estado do dissolver-se enquanto presença física e passar a existir enquanto presença sonora.
Ciência. Provas. Física Quântica: uma partícula se comporta tanto como matéria como em energia. O papel do observador é muitas vezes relevante.
Assassinato de um homem, por cinco homens, na frente dos filhos. Acusado de pedofilia. GRITO DE MORTE.
QUE TIPO DE INVASÃO
VOCÊ TOLERA????????
AS CRIANÇAS ELAS TÃO MAIS PRÓXIMAS DESSAS REALIDADES VISÍVEIS E NÃO-VISÍVEIS. ELAS ESTÃO MAIS PRÓXIMAS DO TORNAR-SE AROMA.
PERFEITAMENTE, EU ACHO QUE KEVIN PODE VISLUMBRAR ESSA TRANSFORMAÇÃO. NÃO ACREDITO QUE SEJA PSICOSE, ALUCINAÇÃO, NADA. É PURA PUREZA INFANTIL.
Debby_prova.

\\

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Kevin- Composição 4: Quando eu decidi virar música, as coisas lá em casa meio que deram problema.

Como na composição 3, apresenta seu quarto, só que desta vez à Célia e quer que ela veja o que ele diz e não o que ele aponta. A intenção é tirar Célia da tristeza, do ambiente pesado de sua casa. Entra com Célia de olhos fechados. "Você só vai poder abrir os olhos quando eu... Desculpa... Você só vai poder abrir o olho quando eu mandar. Esse aqui, esse aqui não é o meu quarto. Esse aqui é o salão principal do casarão. Agora pode abrir." Célia abre o olho, kevin sorri pra ela, satisfeito por lhe apresentar um novo mundo. Vai até a porta, exatamente como fez na composição anterior. "Isso aqui não é a porta do meu quarto, esse aqui é um portal..." (olha pra ela, dividindo um segredo) "que barra o tempo". Vai pro centro do quarto. "Quando a gente tá aqui, o tempo é completamente diferente. Ih, nem computador tem! Aqui é o chão do salão. Ele é todo coberto por tapetes enormes, um por cima do outro, e muito compridos, que vão até a sacada central"(aponta a janela). "Lá, no finalzinho da tarde, o pai e a mãe ficam acenando pros vizinhos e admiradores." Leva Célia até a janela. "Aqui o pai é um médico famoso, o avô ainda é vivo e a mãe faz discursos lindos, sem nem precisar tomar remédio pra ficar calma. Quando tem festa aqui, o salão fica cheio de gente dançando a noite inteira, a mãe faz um discurso e todo mundo aplaude. A gente fica sentado aqui"...(coloca duas cadeiras no centro do quarto)"vendo os convidados dançando. É chato, mas as pessoas querem falar com a gente, tirar foto...". Dá um tempo enorme, vai se afundando na cadeira, se lembra dos seus pais e da situação que sua família vive agora. Pergunta: "O pai tava chorando?" Célia responde positivamente com a cabeça. "E a mãe?" Célia responde: "Tá esquisita!" Kevin: "Você acha que a culpa é minha?" Célia: "Não..." Kevin, sorrindo: "Eu também não." E num pulo, se coloca em posição de valsa: "Célia, já é meia-noite! A dança dos irmãos!" Pede pra alguém imaginário: "Cristina, música!"

Kevin- Composição 3: Preciso Virar Música?!

Kevin entra no quarto: "Esse aqui, esse aqui é meu quarto. Essa é a porta do meu quarto. Ela serve pra barrar o vento..." (olha pra plateia como quem conta um segredo, com prazer) "e o tempo. Esse aqui é o chão do meu quarto que é completamente diferente do chão da sala que é completamente diferente do chão da cozinha e do banheiro". Cada coisa que apresenta à plateia é apontada com as 2 mãos ou, se não é possível, com a cabeça. A intenção é se certificar de que vive no concreto, no mundo material, como quem está com medo de ficar louco. Quer se agarrar ao conhecido. "Quando venho do chão da sala e entro no chão do meu quarto, eu fico completamente confuso. O chão do meu quarto é limpo. O chão da mesa do computador é mais sujo e o da cama é mais limpo". Olha para o chão da cama, volta à plateia e completa: "É sujo, mas é limpo porque é sagrado". Vai pra cama e reza (pra dormir tranquilamente, sem deixar sua mente tomar conta), se deita com olhos arregalados, com medo. Se levanta e vai brincar de esconde-esconde: "5, 4, 3, 2, 1, já vou!... Mãe, eu preciso virar música?!", pergunta com medo e indignação. Destampa os olhos, mas não enxerga mais nada. Tateia seu quarto, como se já não o conhecesse mais, vai descobrindo o quarto com as mãos e alcança a janela. "Essa é a janela do meu quarto". Olha através dela, sem ver, depois diz à plateia: "Eu não vou pular, não! Mas também não tenho medo, não. Não tenho medo dos olhos fechados, não tenho medo do quarto vazio, não tenho medo da altura da janela, não tenho medo do menino que vejo lá fora (Thomas?) e que me pede: toca um piano pra mim? Não tenho medo da chuva lá fora". Olha para o peito, enxergando novamente, e diz para a plateia, lentamente e destemido: "O medo que me apavora tá aqui dentro". Volta a olhar pela janela.

domingo, 21 de agosto de 2011

FRANKLIN 04

Composição 4 - sala Vianinha - "Fato, ele foi comido pelo câncer"

trechos de poemas, editados. Muitos trechos falando sobre a dor. E sobre o corpo, um corpo que despenca, que dói... "Deixa explícita a escolha esta de permanecer sofrendo...". Lendo os trechos escolhidos entendi que a nudez era imprescindível. Não tinha entendido que haveriam outros no ensaio. Tive medo e vergonha. Talvez por isso as luzes apagadas. A ideia era dar um depoimento pessoal, minha relação com o meu pai, misturado a algumas especulações a respeito de Franklin, e uma pesquisa com os gritos e as quedas e o não conseguir levantar. Guturalidades. Um parto. Uma curra. E não, não um macaco. Mais um porco morrendo. Violência.

FRANKLIN 03

Franklin Composição 3

"Eu odeio esta cidade"

A ideia era começar alegre e satisfeito por existir um Subway, rede de lanchonetes muito apreciada por Franklin, próximo á casa nova. E a partir daí ir listando os diversos problemas que a cidade tem: Um engarrafamento insuportável, superpopulação, qualquer chuva alaga tudo, cães por toda parte, quando não algumas famílias de porcos, governo corrupto... Me inspirei em Niterói pra fazer a lista, mas na hora não lembrei de tudo. Faltou ensaio. Finalmente quando Franklin percebe que Eva não está mais ali ouvindo a sua lista de problemas, ele se descontrola. " O soco, o chute, o escarro" do poema de referência. - Cidade de merda!! - grita para o Humaitá inteiro ouvir.

sábado, 20 de agosto de 2011

on bus_01

on bus pressinto:
cenas partidas
princípio ao invés de início
fim indo junto contigo
tudo aquilo que não posso
todo o não-podido
dança trepidante
a nossa forma não tolera todo e qualquer lugar corrente
Percebam: nosso encontro é inédito
Nossa criação é por isso
TORRENTE.

Eva- Composição 4

Tema - "Demorou, mas chegou. Hoje eu fui elogiadíssima na reunião de departamento"


Inspiração(trechos de postagens dos meses de outrubro, novembro e dezembro de 2008):


as roupas no varal
e eu construindo um novo amor

Sábado
cigarro sujando o corredor
o quarto semi-arrumado
o peito semi-lavado


preciso pôr o cobertor
no sol
preciso de um varal que sustente
toda a sujeira que se esvái
pela água
que ainda é capaz
de limpar-me
todo.


Hoje dançei como nunca
cantei como sempre
mas não fiquei assim
impaciente

estou calmo
manso
pensativo
e mais crente


...


Quanto de novo pode em mim haver? Não saberia dizer .


...


Eu estou morrendo. Você sente?


...


Se fecho os olhos sobre o chão da sala eu posso desenhar.


...


tudo em mim fica passível
de não ser o que digo
de parecer precipício
quando
dentro
é caminho

...

Uma voz suave repete a construção
um menino se perdeu e está de pé
pés firmes no lábio inferior
mãos sedentas no de cima
olhando para fora
dessa caverna toda minha


e tudo então dela parte
tudo ou pode ser grito
silêncio gemido

ou disparate

...
sempre dentro
sempre revolto
sempre preciso no desalinho de suas ondas
e contornos
e curvas


Eva chega em sua nova casa. Tudo ainda por fazer. Senta, chama Frank que não responde. Fica um tempo sentada, depois resolve colocar 'I feel good'na voz de Nina Simone. Dança, grita, chora, exausta a confusão que é a sua vida. Me pergunto: Qual será o limite dessa mulher?

Eva - Composiçã0 3

Tema: "Frank, meu amor, é só um desemprego"

Duas postagens se mostraram são fortes para mim que fui 'forçada' partir a composição em dois momentos:

Momento 1.

Com a ajuda do Dan, li aleatoriamente todas as frases da postagem 'Putrefação' de setembro de 2008 . Queria experimentar as frases em uma outra ordem e ver onde isso nos levaria. Com isso, começo a botar em prática meu plano suicida. Quero cada vez mais colocar Eva ao sabor do acaso, vê-la fazer e falar coisas que eu nunca a imaginaria fazendo. E foi assim que aconteceu aqui, tenho o audio gravado.

Momento 2.

Ainda com a juda do Dan, Eva e Frank leem a postagem 'O, vamos conversar...' de agosto de 2008. O tom da conversa é agressivo. Ao final do texto, Eva agradece a participação de Frank carinhosamente e, incluindo os espectadores da composição, os tranforma em alunos de uma aula de harmonização familiar, onde quele er um exemplo de como não tratar seus companheiro/a em futuros relacionamentos amorosos.

No ansaio anterior, Diogo comentou que não gostaria que Eva e Frank estivessem em crise, que os problemas daquele casal pertenciam a uma outra ordem. Não resisti a provocação. Gosto de composições com reviravolta.