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terça-feira, 9 de novembro de 2010

AS MÁQUINAS DESEJANTES, 02

CAPÍTULO I - AS MÁQUINAS DESEJANTES

I.1. A PRODUÇÃO DESEJANTE

I.1.3. MÁQUINA DESEJANTE, OBJETOS PARCIAIS E FLUXO: E... E...

As máquinas desejantes são máquinas com regra binária ou regime associativo: sempre uma máquina acoplada a outra. A síntese produtiva - produção de produção - tem uma forma conectiva "e", "e depois...". Uma máquina produz fluxo que é cortado (extração de fluxo) pela outra que lhe está conectada.

A série binária é linear em todas as direções. O desejo não para de efetuar o acoplamento de fluxos contínuos e de objetos parciais. Todo "objeto" supõe já a continuidade de um fluxo e todo fluxo supõe a fragmentação do objeto.

Assim, cada máquina-órgão interpreta o mundo segundo seu próprio fluxo (o olho, por exemplo, interpreta o mundo vendo-o).


I.1.4. A PRIMEIRA SÍNTESE: SÍNTESE CONECTIVA OU PRODUÇÃO DE PRODUÇÃO.

Objeto parcial-fluxo: eis o acoplamento da síntese conectiva, também traduzido como produto-produzir.

Henri Michaux descreve uma mesa esquizofrênica em função de um processo de produção que é o do desejo. O esquizofrênico é o produtor universal para o qual ocorre uma indiferença do produzir e do produto, do conjunto instrumental e do conjunto a ser realizado.

"A satisfação do bricoleur, quando liga alguma coisa à corrente elétrica, quando desvia um conduto de água, seria muito mal explicada por um jogo de 'papai-mamãe' ou por um prazer da transgressão. A regra de produzir sempre o produzir, de inserir o produzir no produto, é a característica das máquinas desejantes ou da produção primária: produção de produção". (P.17/18)

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Diogo Liberano