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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

história-destino

caramba. é realmente uma criação sobre chão móvel. nada está seguro e não vejo segurança no horizonte. portanto, é patinar. dançar sobre o escorregadio e escorregar, fluir para dentro de certas covas que não se sabe para onde serão capazes de levar.

falo de dramaturgia. falo da tal história. sem mais delongas, ponho hoje em dúvida: é um novo texto que irei escrever?; é uma dramaturgia contemporânea que ainda não conheci?; é um texto mais clássico sobre o qual vou me lançar?; é um texto clássico que vou reescrever para este instante em que aqui estou especulando?...

pode ser muita coisa. a abertura é dez vezes maior. por isso, calma. calma para ir tramando com calma aquilo que não pode ser pressa, posto exija amor, sobretudo, amar. sendo assim, registro essa pequena angústia que serve. que pontua com clareza exata o porquê de seu aportar.

que história é essa se já estou decidido que se trata de uma história para contar? deleuze e guatarri me alimentam na busca. na forma pela qual consigo agora enxergar o mesmo e dele fazer saltar aquilo ali que estava adormecido, amortecido, fantasiado, incapaz de fuder, de magoar...

acabamos de fazer quatro apresentações de NÃO DOIS e em dezembro uma temporada de seis apresentações de VAZIO É O QUE NÃO FALTA, MIRANDA. a leitura de MEMÓRIAS DE UM DOENTE DOS NERVOS está acabando comigo. é incrível demais. preciso dizer, ainda que sem nem entender o porquê - mas sinto - estou começando a implicar com freud.

falo de concreto. não mais metáforas. desejo duro e preciso. não mais sonhos. o último sonho será por fim desenhado e terá por nome encenação. por hoje é isso. amanhã mudamos tudo outra vez.

por último, estou fechando um elenco para uma peça que não sei qual será. de repente eu deva me reunir com eles e aumentar, assim, nosso campo de especulação. será?

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Diogo Liberano