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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

calma, diogo, calma

é o que eu estou tentando me dizer. para não engasgar já de início. são tantas vontades, tantos desejos que fica difícil se administrar e ainda dirigir um espetáculo. e ainda estruturar uma dramaturgia nova. e ainda ler deleuze e guattari. por isso eu me digo calma. calma. as coisas estão indo já numa velocidade sem fim. eu preciso me acostumar com pause. com stop. com slow motion. eu preciso lidar melhor com o tempo. por isso entro aqui apenas para escrever o meu destino imediato.

eu vou levantar desta poltrona. eu vou colocar uma cueca. eu vou medir a minha glicemia. tomar insulina (se necessário). eu vou esquentar uma torrada. eu vou fazer o café. eu vou pegar uma extensão e acender sobre a mesa de vidro da sala uma luminária. eu vou pegar O ANTI-ÉDIPO. e ler esse capítulo inteiro de uma só vez.

volto depois para contar tudo. as ligações que preciso discar hão de esperar. os e-mails aguardam também. o facebook continua na dele. e a trilha sonora pode ficar bem baixinha. eu volto. eu volto para resumir a bagunça da minha cabeça nesses últimos dias. organizá-la, para bagunçar tudo mal chegue o amanhã.

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Diogo Liberano