30 de agosto, Colégio Andrews, 18h/22h
Diogo, Thaís, Andrêas, Adassa, Dan, Márcio, Laura e Virgínia
ANDAMENTO ESPAÇO
a forma nem sempre tem a ver com a batida. pode-se ter várias maneiras de andar em que o batimento é o mesmo;
é incrível ver os corpos parados esperando pelo andamento da música que começa lentamente e em fade in;
próxima etapa: descobrir maneiras distintas de marcar um mesmo andamento;
ALVO
como ocupar o espaço do outro e não um espaço próximo ao do outro?;
o jogo precisa restar com um “nicho” vazio, que pode ser preenchido a qualquer momento se quisermos;
dizer ao alvo o nome do alvo;
dizer ao alvo o seu nome próprio;
dizer ao alvo o nome de outro personagem (que não o seu, que não o do alvo);
de que maneira tornar o jogo possível? os atores não ousaram mudar o andamento para uma batida menos intenso (que permitiria que tivessem mais tempo para entenderem o próximo alvo);
PROPORÇÃO KINESTÉTICA
1 no cabelo: 4 andando
1 no cabelo: 1 na camisa: 3 andando
1 no cabelo: 1 na camisa: 1 na calça: 2 andando
1 no cabelo: 1 na camisa: 1 na calça: 1 no braço: 1 andando
que estratégias usar para deixar claro sua ação?
como não dar pistas falsas?
CINTO
moira rabo de cavalo alto;
eva cansada;
célia dispersa e em todos concentrada;
kevin olhando de lado, pés tortos;
célia é grossa com a mãe;
célia sibila coisas;
célia e kevin se divertem;
corley assiste tv;
kevin rói as unhas diante da tv;
NOTÍCIA DE JORNAL + INTERLOCUTOR + VP
CÉLIA >>> KEVIN (relação espacial)
célia - uma coisa: jornal. o globo. quinta-feira. eles não sabem escrever nenhuma palavra. só porque a palavra é russa.
kevin – você sabe russo?
célia – a primeira vez que ela aparece
samba orkut
samokutiaievi
é um nome russo. ele aparece algumas vezes, entendeu?
kevin – célia, eu não tô entendendo nada que ce tá falando.
célia não pode não ter acento, porque tem. sendo que no final da reportagem não dá pra saber o nome da pessoa. cosmonauta. astronauto.
tchau! (e sai)
KEVIN >>> EVA (repetição)
kevin apaga a luz sem querer, vem esfregando a mão na parede
kevin – que que é molécula, mãe?
eva – molécula é uma forma celular.
kevin – celular?
eva – não.
kevin – sabia que essa caixa que a gente trouxe tá cheia de poluente? cheia de poluição?
eva – folhinha moída, poeira das coisas, tem a poeira que pegou na estrada, mofo da roupa, tem coisa. pára. mãe, sabia que na roça pode ter mais poluente que na cidade. quando queima canaviaval. fuligem.
GESTO > entraentraentra…pulmão.
vc tá chata! SAI CHAMANDO POR CÉLIA.
EVA > FRANKLIN (resposta kinestética)
franklin - que foi, amor?
eva - vc viu a noticinha de jornal que tava aqui?
franklin – uma tirinha de papel
eva – eu recortei, eu ri, eu gostei, eu tô ficando louca, não foi você
franklin – tô dizendo
eva – eu tô ficando louca?
franklin – louca louca louca louca não!
FRANKLIN > MOIRA (duração)
franklin – tá frio, né? o que realmente mais me impressionou foi o tratamento que a imprensa deu.
moira – como é que a gente sabe desse negócio
franklin – eu tô rindo porque é engraçado, é trágico.
moira – eu tava com uma tosse. será que eu tô com esse negócio?
franklin – alguns casos de linfoma começam com tosse.
MOIRA > CORLEY (arquitetura)
pela portinhola, moira olha corley
moira (entrando) – oi. que foi? posso te fazer uma pergunta? você vai responder mesmo? posso? posso perguntar? mas só vale se você responder mesmo. se você quisesse muito mesmo, se você quisesse muito uma coisa, mesmo muito, o que que você seria capaz de fazer pra conseguir aquilo que você quer?
corley – não sei. responde.
moira – responde você.
corley – o máximo que eu puder. desde que ue não mate ninguém.
moira – eu tô te perguntando, eu li, no jornal, que tem um indiano, que resolveu fazer greve de fome, ele resolveu parar de comer pra conseguir que, era pra, pra acabar a corrupção no país dele
corley – bonito. um monte de gente passou fome pra conseguir
moira – ele diz inclusive na reportagem que ele é capaz de morrer. e ele só vai comer quando ele, sei lá, porque tem uma multidão, centenas de pessoas que estão paradas no lugar que ele tá, ele não come há dez dias
corley – mas por que você perguntou? eu passaria fome sim.
moira – pra quê?
silêncio.
moira - mentira não acredito. também não.
CORLEY > CÉLIA (gesto)
meu filho tá viajando.
pra onde?
gesto expressivo
tomas. 7.
27?
7.
que que você gosta de fazer pra se divertir?
gesto expressivo
eu gosto de brincar de mímica.
jogando o pêlo pra trás é pelo contrário
você precisa saber comparar as coisas.
e esse daqui é muito pelo contrário.
eu trabalho num lugar, trabalhava, que tinha muito assaltante
na delegacia?
no senado. adivinha.
num banco?
eu trabalho num lugar, trabalhava, a gente emmpresta dinheiro mas pede coisa em troca.
numa venda.
mais ou menos. é um banco, mas não é um banco. a gente empresta dinheiro
qual é o seu nome?
corley!
ah! corley?!
tchau! estridente!
FLUXO TEXTUAL + DEPOIMENTO + VP
CÉLIA
tem um quê de desafiadora. gesto. chora. nem sei. o que dizer. deus. imerso, kevin impressiona a irmã com o seu relato sobre virar música. ela mistura os assuntos. do professor mais bonito. do que sente. do que kevin sente. depois fala de como dormiu.
KEVIN
entra lento e desconfiado. tem um quê de auto-desafiador. repetição, talvez. cabeça que marca os movimentos. sublinhar de palavras. mãos ao longo do corpo. enfim. dormiu pesadamente.
EVA
lenta, olha a porta. a fecha com calma. eu gosto dessa voz mais grave. eu lembro. arquitetura. sons da sala ao lado, ou acima, tornam a coisa ainda mais interessante. acoada. rastejante.
FRANKLIN
mais ágil. fecha a porta de costas. duração. é disso que eu me lembro, desse dia. estático, no centro. gestos largos, para fora do corpo. coça o nariz. torna-se quase um suspeito ao falar que não se lembra da esposa, de ter apenas saído da escola com as crianças.
MOIRA
desejo nenhum pelo presente. queda no chão. riso. silêncio. dedos. mãos. gestos expressivos. mudança de plano. agilidade com que troca de um espaço sutil e evolui para um brusco. meu filho. repetição. dos gestos. não há dor escorrendo. tá concentrada. eu queria entender o que tava acontecendo de verdade. eu acho.
CORLEY
estático. mãos no centro do corpo, fechadas em si. silêncio, longas pausas, longa duração entre tudo. não me lembro mais, ele afirma. narra o acontecimento com total controle e calma. mas nos silêncios algo se esconde. como fazer esse algo escorrer para fora?
\\