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terça-feira, 12 de outubro de 2010

para fundar uma linguagem

continuo postergando algumas referências. tenho gostado de ficar bailando sobre o não-saber, sobre achismos, sobre especulações e verdades movediças. sim, pensando no que pode ser sem nem mesmo ter ponto de partida. pensando apenas, como quem sonha. eis que um dia, veremos, o sonho se fará encenação. é mais ou menos isso no final das contas.

engraçado. o fato de ter criado este blog já me faz entrar num movimento frenético de pensação sobre a peça. não é bem engraçado, mas é. enfim, eu hoje fiquei pensando: que dramaturgia será essa? hoje arrumando a prateleira de livros (fui juntando as poéticas, as coisas gregas, os eurípedes, sófocles, aristóteles, alguns platões aristófanes e por ai segue) eu me peguei pensando: com que palavras dizer tudo isso? com que palavras?

fundar uma linguagem. não quer dizer coisa inédita, não quer dizer nada grave. mas é um jogo que se desenha ali, estando já em jogo. não há nada prévio que assegure a diversão; caminho tortuoso. eu disse um pouco antes aquela coisa de começar do zero. veja bem, não é para tanto. há muito que se acumula aqui em mim. muito. passei por dois processos de direção na ufrj, onde sou aluno. e apesar de achar que sempre é um começar do zero, chego mais forte, mas não percebo isso, porque abuso da força e ouso ser ainda mais, ouse ser ainda mais grande.

sim. a linguagem vai falhando...
com que necessidade se faz uma nova linguagem? creio que isso venha por não se saber dizer. fundar uma linguagem não para se fazer compreender, mas para ver de outra forma aquilo que ali já se manifesta. daquele jeito. esquisito daquele jeito. tem a ver com mais ouvir do que falar. tem a ver com perceber e não escrever. ler e não gravar. com que necessidade se faz linguagem? sempre que se respira, por si próprio.
...quando nos dispomos a averiguar sua validade. nada dura tanto. nem a escrita, nem a cena. tudo convulsiona e começar do zero é desde já necessário. contradigo-me. paciência. assim vai ser. por onde começar? por aqui mesmo. por aqui. really.

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Diogo Liberano