06 de outubro, Colégio Andrews, 19h/22h.
Thaís, Andrêas, Laura, Adassa, Márcio, Dan, Virgínia, Diogo, Helena Cantídio, Philippe Baptiste, Gunnar Borges, Isadhora Müller, Leandro Ribeiro e Marina Dalgalarrondo.
ensaio com todos do elenco e mais figurinistas (isadhora e marina), cenógrafo (leandro), diretor musical (philippe), produtor/ator (gunnar) e diretora de movimento (helena cantídio).
entreguei as primeiras cenas. prólogo FESTA CÉLIA + cena um OS VIZINHOS + cena dois O PRONUNCIAMENTO. fizemos uma leitura e conversamos um pouco. na verdade, não falamos muito. tenho a sensação de que o texto chegou e deu uma silenciada ao invés de promover o diálogo. nesse mesmo dia, antes do ensaio, estive numa reunião de quase quatro horas com a eleonora, orientadora de direção.
nesta reunião, lemos as cenas e fomos tramando possibilidades. eleonora me falou da simultaneidade, do refrão de kevin (que na mesma hora eu nomeei de leitmotiv). focou sua fala no uso das rubricas, o que me fez pensar que os vizinhos dão as rubricas da família ao lado da sua. me indicou que lesse novamente senhora dos afogados, do nelson rodrigues. e tocou no assunto inversão de valores. algo como infantilização e adultização. sobre educação.
butoh. psicofísico.
a possibilidade da rubrica, a lista de personagens (descrição de cada um). tudo isso é texto e serve apenas para deslocar o leitor do centro da história, para fazê-lo ver tudo de fora. analisar. refletir. pensar sobre e não se extasiar com aquilo ali contado, encenado. passei a ela tudo que havia recebido das figurinistas e do cenógrafo. o preto e branco do figurino, o uso das cadeiras e eletrodomésticos. eleonora disse que o nosso chão era verde. e eu fiquei semanas pensando nisso. chegamos ao malevich, enfim…
tocamos no assunto esquizofrenia. desmedida e ambiguidade. disse que era nesse ponto onde o trágico emergia. ela me falou da idade de alice – os sete anos – também de célia. a mudança da dentição. a sensação de amadurecimento que o aniversário provoca. trouxe indagações sobre o furar do olho de célia. me perguntou se tinha sido realmente um acidente. falou da selvageria natural das crianças. e que tal ato – o furar do olho da irmã – deveria ter custado ao kevin alguma coisa.
muitas coisas que desde então estão se movendo e testando. um flerte sem fim entre muitos lugares, ou seja, pura pura pura bricolagem. não há sentido prévio. estamos construindo no passar dos dias.
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