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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

DRAM_ATOR_GIA

só mesmo escrevendo para se chegar a algum lugar. hoje não consegui escrever absolutamente nada das novas cenas que precisava ter escrito. não sei o que me deu. não quero aceitar nem acreditar que tenha sido falta de inspiração. não gosto de inspiração. gosto de trabalho, ofício, mentira, eu tô perdido.

eu aqui escrevendo isto apenas para reduzir um pouco da dificuldade. eu pensando que essa peça se contrói em três momentos. eu poderia até dizer que são três atos. e estes se dão por um jogo de diferença. no primeiro ato (prólogo + cena um + cena dois) as crianças são diferentes dos adultos. no segundo ato (cena três + cena quatro + cena cinco) as crianças meio que se igualam aos adultos. e no terceiro ato (cena seis + cena sete) os adultos se infantilizam de uma forma tal que as crianças soam mais adultas do que nunca.

não sei exatamente o que isso significa. sei. na verdade, eu sei. eu tô querendo propor a dramaturgia um jogo pelo qual possamos ver (ou reconhecer) certo movimento dentro do qual as crianças hoje em dia parecem arredadas. movimento este no qual os pais se ausentam de suas responsabilidades e cabe as crianças a sensação de serem responsáveis por seus próprios pés. eu quero dizer: esta peça talvez esteja falando de seres selvagens. do selvagem que é a criança. selvagem concentrado. e também dessa selvageria ensaiada, despropositada, desse ser humano que desamadurece no correr dos anos.

eu não sei. acho que sei, percebo que não sei. tudo bem. vai ser assim durante muito tempo. não tem problema. eu estou pensando em muitas coisas ao mesmo tempo. sobretudo em eletrodomésticos. sobretudo em bricolagem. eu pensando em como ser intransigente com certas coisas que se anunciam. sim, é preciso saber se impor. não digo em relação aos atores, não. isso não. eles estão plenos e radiantes. criando. experimentando. indo lá longe onde eu sinto que talvez nunca tenham estado. eles estão escrevendo a coisa. e isso é incrível. isso é incrível. de fato.

mas falo da força que é preciso fazer para convencer o mundo a nos receber. a força que é feita para que se faça da forma como se pode e se deve fazer. os assuntos se misturam. eu aqui escrevendo como se estivesse falando. ansioso por não ter escrito quase nada e por mesmo assim estar inteiro aqui como se soubesse como fazê-lo. o cara aqui tá em crise. mas vai dormir e amanhecer. é o tempo que me dou para me enganar e retomar as tentativas.

por hoje, apenas estas sinceridades. deus. semana 3 de sete. tá chegando.

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