sabe quando você fala uma coisa sem saber se é, mas mesmo assim, fala, porque sente que é seguro ir naquele som, naquela palavra, quase como fosse a tal palavra um mantra, uma coisa profética que vai dar exatamente onde a coisa toda vai dar?
pois então, ei-la: TRAGÉDIA,
sim, sou ignorante a isso. apesar dos anos de faculdade, não sei com propriedade sobre o assunto. estou aqui revirando os cadernos, comprando os livros que até então eram folhas xerocadas. caramba, eu sinto, eu sei, eu quero a tal da tragédia.
lendo O NASCIMENTO DA TRAGÉDIA, disse-me uma professora hoje: cuidado com isso. que bom ouvir isso. que bom. que preciso e necessário um toque desse pode ser. me deu a desconfiança necessária para confiar em mim e não no nietzsche, com quem tenho um caso meio assim assim não explicado.
a história de kevin beira a tragédia, o trágico, tem teor da tragicidade, é tudo isso e mais um outro. uma outra coisa. que eu ainda não sei, mas que não vejo a hora de desbravar dramaturgicamente.
este processo não será mais uma dramaturgia colaborativa. este processo em breve terá seu texto escrito e impresso. encadernado. eu escreverei essa ficção pelo prazer imenso que vai ser tê-la encenada num palco.
eu quero pirar na batatinha. eu tô com vontade de escrever essa parada. solto enfim algumas palavras para dinamitar aquilo que dentro, se move, feito fosse vento:
balão televisor vizinho fondue água espeto música travesseiro ventilador cortina irmã irmão mãe pai bolo tapa-olho festa som notícia jornal susto viagem guinada trovão mistério impossível poesia quântico
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