um filho é uma promessa de mundo.
e sorrateira, a metalinguagem vai de novo se colocando em meu caminho. por que é que tudo fica mais interessante quando o outro que eu desenho em ficção é justamente amante da ferramenta sem a qual este outro não seria possível? por que será que falar de filhos para mim é o mesmo que falar de obras? por que a mãe de k. sofre sua existência e eu sofro também a sua criação em cena? isso preciso estar refletido na cena? isso pode ficar guardado aqui, feito reflexão e não feito produto final? devo eu ter vergonha desse... desse narcisismo, dessa necessidade de ver-se sempre refletido, identificado, posto sob um foco e com poder de ação e fala?
há algo de errado em querer falar da responsabilidade que é se fazer arte, da responsabilidade que é se gerar um filho?
gerar e gerir. está tudo misturado mesmo, não tenho jeito. vou seguindo. como se já não soubesse o que está por vir.
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Diogo Liberano