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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

trilhas... sonoras

que engraçado. é sempre muito incrível a especificidade de cada obra. estou adaptando o romance e pela primeira vez, algum trabalho meu me solicitou de primeira: trilha sonora. a minha relação com trilha nunca foi muito direta, sempre fico esperando uma exigência pelo som, mas ela quase nunca vem. mas agora, lendo as coisas escritas, pensando nisso tudo, eu só consigo ver ouvindo. eu só consigo ver o que estou escrevendo como canto - dentro de uma longa partitura musical.

devo dizer, parece fútil, mas me vem em primeiro lugar a elegância. as notas precisas que criam o ambiente sem nada, quase sem nada. a elegância da iluminação que junto ao som harmoniza e transtorna a nossa percepção. eu tenho pensado, as descrições do romance são escritas em cena sim, mas talvez pela luz e pelo som. pela composição - em camadas - do espaço sonoro e visual. mas a princípio está tudo vazio. tudo vazio.

sim, posso também pensar em adorno. a trilha é aquilo que dá a costura, que dá o enfeite mais preciso e formal. não há problema nisso, é sim também uma composição que visa adicionar à cena camadas novas de informação e sentido. é hora de começar a ouvir as trilhas dos filmes. remexer os cds e achar outras trilhas já esquecidas. ir pensando nos instrumentos. nas composições. em quem poderá se unir a nós e embarcar nessa trilha...

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Diogo Liberano