encontrei o texto desta peça. ai de cara já surgiu o ruído. faz sentido estar estudando tanta referência para isso, para este assunto, para este livro? sim, é um livro. melhor, um romance. a dramaturgia será construído a partir de um romance. ele tem um pé nos best-sellers. não importa. importa a intuição. sabe aquele livro que você pega nas prateleiras de toda a livraria que vai e nunca sequer abriu? mas que sente um desejo, uma coisa, uma coisa... enfim, comprei. li algumas páginas e a peça foi acontecendo.
e mais, fechado o elenco, como faz? multiplica as ideias e dinamita outras possibilidades. o elenco que tenho invade o livro e dele faz festa, o implode e intensifica o jogo e as relações. e já pensei em tanta coisa e nem sequer li um capítulo. é livro grande, é livro preciso e necessário e precipício.
não vou dizer o nome. vou dizer o que já está dito. não retrocedo, não avalio nada mais. não quero mudar, quero colar, quero munir-me desse aparato conceitual que a faculdade me fornece e sobre essa história pirar. juntar as partes e se divertir.
tem como ser bom. tem como ser tipo tiro de canhão. tem a ver com isso. tem a ver com família, tem a ver com tragédia, tem a ver com tempo, com este. tem a ver com tanta coisa que já tinha a ver. ou será que é o meu olhar olhando aquilo que quer ver mas que nem sequer aqui - neste livro - está?
em dezembro eu lerei o livro e já começo a adaptar. quero escrever uma dramaturgia que seja já uma possibilidade cênica precisa. depois, eu sei, sempre é assim... a gente muda mais e mais e vai reescrevendo até o dia da estreia... porque se deixar, a gente fica, fica, entretido na impossibilidade e nela se reconhecendo.
legal. convidei um cenógrafo e uma figurinista. os conheço pouco, mas sinto seus trabalhos. sinto algo possível e já fiz o convite e esse projeto será isso. um descompromisso. para provar a mim mesmo a força do pequeno, do caçula.
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Diogo Liberano