Moira está barriguda. Parece estar grávida de muitos e prestes a parir. Demosntra estar muito feliz por isso. Dança e canta baixinho para acalmar o bebê: "O cravo brigou com a rosa, debaixo de uma sacada. O cravo saiu ferido, a rosa despedaçada". Faz carinho na barriga. De repente ouve-se um estrondo e a barriga some. Susto. Moira revive o choque da perda do filho. Pausa longa. Horror. Ela levanta a blusa e, de dentro de sua roupa, caem pedaços de bola de encher de festa infantil. Pedaços de plástico, que remetam a uma criança abortada. A barriga era falsa. Doce ilusão... Moira insiste em resgatar a barriga que a tranquilizava. Tira do bolso mais uma bola e sopra até encher completamente e estourar na sua cara. O gesto é repetido. Mais uma vez seu esforço é em vão. Na terceira tentativa Moira sequer consegue encher a bola. Faz um esforço imenso, mas a bola não cresce. Sem força ela cai no chão. Num riso nervoso ela diz "E as pessoas dizendo que eu estava triste...", "As pessoas ali passando e eu querendo o vento" (Esqueci de dizer essa frase no dia da apresentação da composição...) Arrasada Moira bate na própria barriga enquanto diz: "Terreno minado", referindo-se a sua impossibilidade de engravidar novamente.