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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

discurso verbal Moira

Era domingo. Dia de passar com a família. Fazia uma semana que meu filho tinha partido. Dia estranho. Dia que não queria passar. Dia perdido. Suspenso. Dia que não importava. Só o ontem e o amanhã. Queria a vida anterior. O dia normal. Alegre. Vivo. Queria o dia seguinte. A volta do meu filho. Queria um sinal. Desejo nenhum pelo presente. Dia longo. Interminável.

Acordei às 7 e 47 da manhã. Tentei acordar Corley. Em vão. Fui até a varanda, que era da onde eu podia ver o céu. Todos os dias eu fazia isso. Resolvi fazer algo diferente neste domingo: subir no telhado. E lá fiquei. Depois de horas ouvi os gritos de Corley. Primeiro gritava: “Moira!” depois “Thomas!”. Estava frio, mas eu gostava de sentir o vento batendo nos meus braços. Eu não conseguia sair dali. Alguma coisa me paralisava. Eu queria voar. E queria entender o que estava acontecendo. Entender de verdade.