\\ PESQUISE NO BLOG

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Composição 4 - Moira - "Zelda e Kevin? São esses os nomes dos dois anjinhos?"

Moira canta muito animada para Kevin "Era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada. Ninguem podia entrar nela não, por que na casa não tinha chão. Ninguém podia dormir na rede, por que na casa não tinha parede. Ninguém podia fazer pipi, por que penico não tinha ali. Mas era feita com muito esmero, na rua dos bobos número zero. Mas era feita com muito esmero, na rua dos bobos número zero" Enqunato canta para o menino solicita a sua participação completando as frases musicais. Quer estabeler um clima de cumplicidade com Kevin. Mas a sua felicidade quase infantil é estranha. Moira tira balinhas de sua roupa que oferece a Kevin. Come uma bala com muito prazer, quase um prazer sexual, tudo com a atenção de atrair a criança. Depois de oferecer quase 20 balinhas ela consegue levar a criança para um canto. Brincando de fazer cosquinhas ela diz: "Tudo que corre, corre, corre, corre, corre para o seu morrer" e ao concluir a frase aponta para o céu, onde seu filho habita agora. Pausa longa. Diz ao Kevin bem maternal: "Deita no meu colo. É macio. É cheiroso. Deita!" Como o menino resiste, ela insiste até mandar que a criança deita de maneira bastante agressiva. Ele finalmente deita no colo de Moira. Ela faz carinho na cabeça dele e lhe oferece mais uma balinha. Aos poucos o seu carinho desmedido assusta Kevin e ele quer sair dali. Ela não deixa. Quer sentir a carne do menino. Seu corpo vivo. Concreto. Em oposição ao filho que virou vento. A Imagem de Kevin no colo de Moira remete à clássica imagem da Pietá. A mãe que segura nos braços o filho morto. Kevin consegue se desvencilhar dos braços da mulher e foge. Ela sozinha canta novamente a mesma canção do início da composição. Agora com peso. Sentindo a morte do filho e o vazio que se tornou sua casa e sua vida.